Inteligência Artificial e Revenue Managers em Braço de Ferro?
A importância da Gestão da Receita tem crescido significativamente ao longo dos anos. Esta evoluiu e tornou-se mais abrangente. A par desta sensibilidade por toda a indústria hoteleira, a necessidade de ferramentas tecnológicas atualizadas é também transversal. A dependência de ferramentas para gestão de dados é cada vez maior. Estas ferramentas são a cada dia mais complexas e recheadas de algoritmos para otimizar tempo e receita.
Chegamos a uma grande questão? Será a tecnologia sempre uma aliada ou virá com todo o seu poder de Inteligência Artificial substituir a componente humana na análise e gestão hoteleiras?
Atualmente a IA está bem presente nas rotinas do hoteleiro. Poderá encontrá-la em interações com o cliente, nos chats do website, em serviços de concierge, assim como a apoiar os RM na sua constante luta na análise dados para identificar tendências, segmentos, etc. São ferramentas importantíssimas que ajudam a quebrar a intrincada teia de dados e a sugerir o Preço Ótimo tendo em conta os vários fatores que adicionamos à equação. Tudo isto num só segundo e com uma facilidade inacreditável.
A ajuda é tão profunda que a procura de soluções desta natureza aumenta de dia para dia. O hoteleiro mais destemido vai se entregando e as suas estratégias começam a assentar-se sobre soluções IA.
"Qualquer tecnologia suficientemente avançada é equivalente à mágica.”[1]
O céu é o limite. Os Robôs são equipados para fazer muito mais, e acrescentam valor ao Revenue Management. A leitura é extremamente eficiente e rápida. Desconstroem dados a fim de identificar segmentos de mercado alvo, sugerem o preço ótimo de forma a aumentar a tarifa média diária, desenham promoções específicas a cada segmento de mercado, otimizando a Receita ao máximo.
Estamos no inicio da Era Robótica, o entusiasmo é geral. A questão é transversal. Irá a Inteligência Artificial substituir postos de trabalho? Da nossa parte gostaríamos de saber se o papel do Revenue Manager estará comprometido ao depender cada vez mais desta automação. Chegaremos a um ponto em que seremos descartados?
Compreendemos que qualquer automatismo terá de ser programado. A sua eficiência dependerá sempre da programação que foi efetuada. Novas variáveis só serão levadas em conta se forem adicionadas ao algoritmo. Uma constante reprogramação será algo moroso e caro, e é aqui que o Revenue Manager se destaca e conduz a estratégia, tendo em conta variáveis fora do algoritmo, como por exemplo:
- Alteração no Comp Set[2], como a abertura de um novo Hotel;
- Recente desenvolvimento da indústria hoteleira
- Conhecimento das tendência de consumo de um determinado evento baseado em experiência profissional;
- Fatores emocionais de confiança ou de incerteza, quer sejam de foro político, social ou económico;
- Condicionamentos climatéricos;
"Ciência e tecnologia revolucionam nossas vidas, mas a memória, a tradição e o mito moldam nossas respostas."[3]
O Revenue Manager será sempre o Maestro, capaz de antever e contornar situações inesperadas. Este alargará ainda mais o seu campo de atuação, como tem vindo a fazer. Não perderá tão cedo a importância para a viabilidade do negócio. Ferramentas baseadas em Inteligência Artificial são uma mais-valia pela disponibilidade que dão ao RM para se focar em outras tarefas em que o envolvimento humano é essencial, não podendo este descurar da constante aprendizagem a que esta nova realidade obriga.